AutoCinesia
segunda-feira, julho 4
Oceanos de Silêncio
Um grito de desespero que ninguém ouve, um silêncio que todos reparam. Foi assim que nos encontrámos.

Deixei fluir algumas dúvidas e o meu rio de questões foi dar ao teu mar de certezas. Embora o teu mar estivesse agitado, mesmo assim, deste espaço para eu desaguar. O problema maior, é que, talvez não me queira diluír, não quero fazer parte desse oceano. É grande de mais para mim. É tão profundo, que para a minha mentalidade, torna-se incompreensível.

As tuas palavras sensatas aceleravam a minha curiosidade típica de quem gosta de descobrir, mas no entanto, aquilo que me mostravas era algo de grandioso que a minha mente queria e quer deturpar. Porquê ?
Cresci, desenhei o meu próprio mundo, com vários erros de perspectiva, mas contudo, funciona como o previsto.

Na nossa longa conversa, enquanto o tráfego corria frenéticamente à nossa volta, que disseste é verdade, e essa verdade enche o meu coração, à medida que escrevo estas palavras, os meus olhos humedecem-se.

"Aquilo que tu tens dentro de ti, aquele coração puro, isso, ninguém te pode tirar.Porque durante todo este percurso, vão te querer moldar, injectar com maldade, mas aquilo que resiste à maldade, é simplesmente a pureza."

Percorrer os caminhos que este mundo nos entrega, a imensidão de trilhos e de poeira que nos entra para os olhos e não nos deixa ver com clareza qual é o rumo a seguir.

quarta-feira, outubro 1
Frequentador de Sonhos
- A Terapia (I)----------------------------------------------

- Senhor Alfredo Sigmundo, seja bem vindo. Já estava à sua espera. Hoje atrasou-se!
- Sabe, foi complicado chegar aqui, muito trânsito, muitas pessoas na rua. A sua secretária fala pelos cotovelos, e eu como cavalheiro, não a impedi.
- Sim. Compreendo. Mas costuma chegar atrasado aos compromissos ?
- Só quando o compromisso precisa de um ajuste horário.
- Ok, Alfredo, deite-se no divã, é muito confortável. Peço-lhe que se descontraia, por favor.
- Sim, claro.

- Antes de Adormecer ----------------------------------------------

Um candeeiro direccionável estava apontado para cima, difundido luz em tons de amarelo para as paredes brancas do quarto, mostrando contornos pouco esclarecedores da mobília existente. Fios no chão, um tapete enrolado, a cama que ficava ao centro e uma janela completamente aberta, mostrava uma paisagem urbana, incrivelmente detalhada, coberta por um manto de neblina azul e pontinhos amarelos, distantes, que tremiam devido ao calor retido no cimento dos edifícios.
Sem sair do seu quarto, com a ajuda do seu telescópio, Alfredo, vagueva pela cidade, como fazia todos os dias. Reparava nas pessoas, nas suas tarefas habituais, via o trânsito, anotava pormenores no seu bloco de notas, hábitos de uma vida rotineira.
Os seus olhos, começavam a pesar com sonolência e pensou "tenho que encontrar alguém!". Direccionou o telescópio para os alvos habituais, mas hoje, ninguém estava lá, só via estoros e cortinas corridas. Entrou no desespero que ele conhecia muito bem, o desespero de precisar tanto de acalmar o vicío, que até doia.
Alguns movimentos para a esquerda e direita, com telescópio, e consegiu localizar alguém que lhe podia ajudar, era uma rapariga, sentada na cama, a escrever no seu diário e agora Alfredo sabia que era uma questão de tempo para ela adormecer. Viu-a a fechar o diário, mudou de roupa, para o pijama, tratou da sua higiene e deitou-se, acompanhada sempre pelo olhar resistente de Alfredo. Não sabia o que lhe era reservado para aquela noite, mas arriscou, como faz sempre, arriscou em sonhos desconhecidos, como alguém arrisca, quando não tem nada a perder.

Alfredo fechou os olhos, deixou-se cair para frente e sentiu-se a levitar, saindo da janela do 5º andar, flutuou pela cidade, lentamente, aconchegado pelas almofadas de ar e pela brisa do vento até chegar à janela da rapariga. Ficou uns momentos a olhar, a espreitar o quarto e com paciência, começou a entrar no sonho dela.

Enquanto a rapariga de cabelos finos não se entregava ao sono profundo, Alfredo percorreu-lhe as memórias, sorriu e chorou, aprendeu e ficou assustado.
A rapariga perdera a mãe num acidente de viação. Ela viu a progenitora a ser projectada violentamente pela janela da frente dissolvendo-se no ar, deixando goticulas de sangue suspensas, um instante recordado como uma fotografia, registo para uma vida inteira.
Um curto choque era agora uma lentidão anormal, o metal contorcido voava livremente, os pneus deixaram de riscar o asfalto, um caos organizado pela onda de impacto. Os cabelos curtos da criança apontava na direcção da mãe, forçados pela cinesia do veículo. A cadeira de bebé tinha sido o unico objecto que tinha ficado ímovel, segurando uma curta vida, que se transformou na continuação, de uma vida longa.
Alfredo, entrou na sua memória, pegou na criança e ergueu-a da lata distorcida, limpando-a dos pequenos vidros afiados, abraçou-a, suspirando palavras de conforto ao seu ouvido, explicou-lhe tudo, para um dia ela compreender. Entregou-a com carinho ao enfermeiro.

A rapariga mexeu-se, arrastando consigo os lençóis. Estava desconfortável. Alfredo sentiu isso e não podia evitar que o sonho se tornasse um pesadelo, saiu dessa recordação e finalmente, o sono profundo tinha chegado. Alfredo recriou como por magia, bosques verdes, cascatas puras e troncos de àrvores feitos de chocolate e ela, passou a noite toda, debaixo de um sol ameno que lhe cobria o rosto sorridente. Ela acordou e foi para a escola, com um irreal sabor na sabor na boca, a chocolate.

Depois de uma noite bem aproveitada, Alfredo preparava-se para mais um dia na Faculdade. O ar da manhã apresentava-se húmido e fresco, transmitindo um sinónimo de relva fresca e passeios limpos. O seu objectivo: chegar ao Metro, para se deslocar, como já fazia à muito tempo.
A luz artificial, mostrava o engenho que chegava lentamente, inundado de rostos pensativos. As portas da carruagem concederam-lhe entrada, agarrou-se onde podia, e seguiu viagem. Uma sensação de cumplicidade inundou o compartimento, Alfredo estava presente no olhar timido dos passageiros, todos o conheciam. Alfredo gostava de observar as pessoas,as multidões nas ruas, punha uma esperança imensa na humanidade e na sua bondade.
Os corpos balançavam-se com a trepidação da locomotiva subterrânea, e pequenas conversas surgiam, acompanhadas pelo som instrumental da carruagem, era o cenário tipico de uma viagem de metro. Alfredo, agarrava-se com mais intensidade, a força cinética aumentava, algo fora do comum. Um silvo ensurdecedor, surgiu, vindo das linhas férreas, assobiando uma melodia hedionda. Algo estava errado. As luzes exteriores surgiam cada vez mais rápido, um cheiro a queimado era evidente, e quando o metro passou uma estação, a reacção da multidão foi de pânico. O impacto manifestou-se violentamente, corpos voaram livremente colidindo em tudo o existia na carruagem, Alfredo acompanhou a multidão em queda livre.


- A terapia (II) ----------------------------------------------

- Alfredo, sabes o que estás a fazer aqui? - Inquiriu o psicólogo.
- Bem, julgo que estou aqui para nossa sessão terapêutica, como habitual - dito isto, pousou as mãos no peito, como a pergunta fosse normal, tranquilizando-se.
- Tu deves ser o paciente mais antigo que eu já tive, oito anos a ouvir-te, a estudar os teus problemas. - Alfredo encarou-o: era um choque ouvir aquele desabafo, não era normal, pensava.
- Não estou a perceber o que me está a querer dizer.
- Lembras-te como chegaste aqui ?
- Lembro-me perfeitamente. Saí de minha casa, apanhei o autocarro, estive a falar com a sua secretária e entrei. - De repente, o seu peito apertou-se: imaginou que algo perfeitamente assustador fosse a acontecer.
- Não me refiro a hoje, mas sim, como me encontraste. Talvez o melhor seja entenderes por ti próprio. Vai abrir a porta por onde entraste. - demorou a levantar-se, estava confuso, não sabia o que ele queria dizer, mas fê-lo por curiosidade. Ergueu-se lentamente, e foi abrir a porta.
- Mas que raios...! - Alfredo ficou a contemplar a visão.
- Não vejo nada lá fora, está tudo branco, não existe nada! Não entendo! - percorreu a sala do psicólogo como um doido e abriu as todas as janelas para confirmar a visão, e lá estava ele, o infinito, o vazio, o nada. Não havia céu nem chão, nem tão pouco o norte e sul.
- Alfredo, ainda hoje me custa a acreditar, mas eu entendi um pouco, como funciona o mundo. Alfredo, entende, estou sentado nesta cadeira, a tocar nesta textura maravilhosa de madeira, mas eu sei que não passa de um... sonho, uma imaginação minha e tu entraste. – O psicólogo estava com medo do que acabara de dizer, todas as suas crenças estavam destruídas com aquela afirmação, tinha que aceitar a cruel verdade.
- Lembras-te do acidente do metro ?
- Sim, lembro, mas isso, já faz algum tempo.
- Inverno de 1995, 28 Outubro, muitas pessoas morreram, estás em coma desde o acidente! – Alfredo mostrava-se cada vez mais perplexo: nada fazia sentido. O psicólogo levanta-se para poder gesticular melhor:
- Durante o teu estado de inconsciencia profunda, tens estado a vaguear nos sonhos das pessoas, perdido. Tenho ouvido várias pessoas a relatarem que te viram nos sonhos, eu tive pacientes que pronunciavam o teu nome vezes sem conta, até que um dia, entraste por aquela porta, pelos meus sonhos adentro, e tomei-te como meu paciente, para te libertar.

- Do lado de fora (I)----------------------------------------------

Os lencois finos cobriam Alfredo, estava entubado, como se fossem cordas de salvação que lhe saíssem de todas as partes do corpo. Raquel estava-lhe a segurar a mão,sentia um vapor quente a emanar do corpo de Alfredo. O médico de serviço chegou e fez uma pausa, antes de falar, a olhar para a aquela cena, que tanta vez presenciara.
- Senhora Raquel, a família de Alfredo deseja que se prepare a máquina. – Um choro compulsivo, com sentimento, ecoou nos corredores. Ela lembrava-se de tudo o que tinham passado juntos, do seu sorriso, da sua inteligência e do carinho que ele sempre soubera dar-lhe. Apertou com força, a sua mão.


- A terapia (III) ----------------------------------------------

- Estou a sentir uma força na mão como alguém me estivesse apertar! – Alfredo andava pela sala do psicólogo, agarrado à mão, a olhá-la e a tentar perceber. Durante muito tempo, também tinha ouvido uma voz, que lhe fazia lembrar alguém, mas não conseguia perceber o ela lhe dizia nem de que era.
- Ouve, Alfredo, o teu tempo está a chegar, tens que lutar agora percebes? Tens que sair pela porta donde vieste! Salva-me a mim e a ti!
- Mas para além da porta está o vazio! Só um nevoeiro intenso, não sou capaz!
- A tua vida está para além do que tu pensas, existem pessoas ansiosas por ti, que te amam. Querem-te de volta.
- Eu prefiro estar aqui, tenho todos os poderes do mundo, faço o que eu quero. – a sua atitude era a de um menino mimado.
- Claro que tens poderes, tens tudo aqui, excepto uma noite descansado, e sabes porquê ? – Alfredo não dissera nada, esperou pela resposta.
- Lá fora, estás a dormir, já faz oito anos! Enfermeiros que te mudam a arrastadeira, a tua familia, todos fartos de te sentir como um verdadeiro morto, e por muito que lhes custe, podem desligar o botão, aquele que te segura à vida. E neste momento estão a pensar seriamente em pressionar esse botão. Andaste sempre a vaguear de mente em mente, à procura da tua própria consciencia. Eu bem sei a dificuldade de entrares num sitio onde já lá estas, é teoricamente impossível, mas criaste-me à tua imagem para eu poder entrar na tua mente e convencer-te, como fizeste muitas vezes, aos outros.

- Do lado de fora (II) ----------------------------------------------

A Família reunia-se à volta da Alfredo, a mãe estava a assinar um papel, que iria permitir o médico desligar a máquina. Todos consentiram com um olhar triste. Era o momento da tragédia física

Um som pesado aumentava nos corredores, alguém a correr. A família, olhou para trás, à espera de ver o que era. Surgiu na sala, o psicólogo, cansado de tanto correr, que gritou sem forças.
- Esperem! Não podem fazer isso! – O cansaço era óbvio, mas continuou.
- Vocês não vão acreditar, podem-me chamar doido, mas ele deve estar mesmo a chegar! – A Mãe virava-se completamente para ele e num tom ameaçador perguntou-lhe:
- Ele quem, senhor Castelo ? Quem está a vir aí ? Não acha que já perdeu tempo suficiente com essas conversas de psicólogo ? Não resultou nada, nem você nem a ajuda médica. Eu sinto saudades do Alfredo, do meu filho, compreende ? Eu quero-o ao pé de mim, mas ele já morreu à muito tempo e eu não queria aceitar isso. Olhe para ele! Olhe! É um ser que só respira.

- A terapia (IV) ----------------------------------------------

- Alfredo, liberta-te. – E dito isto, abriu a porta que dava para o infinito.
- Deixa-te cair – Alfredo agarrou-se com as duas mãos à ombreira da porta, e deixou-se inclinar para a frente, simulando a sensação de se deixar cair, uma lágrima de medo e confusão percorreu-lhe o rosto.
- Não tenho coragem, é tão assustador – agora chorava de verdade, como um menino assustado. O luz branca do exterior, tinha inundado o rosto e a sala, imitava perfeitamente a cor da neve. As mãos deslizaram, e sentiu a adrenalina a subir furiosamente. Pelo canto do olho, viu o quarto a afastar-se, até ficar um quadrado negro, lá no alto, e sentia a sua roupa a vibrar, correndo contra o vento. Lá em baixo, surgia-lhe um pormenor. Não se quis aproximar, porque sabia, que a aproximação iria ser natural, limitou-se a esperar.
Viu uma cama, com alguém deitado, e os pormenores ficavam cada vez mais densos, era ele que estava deitado naquela cama. Caiu violentamente sobre si mesmo e acordou do seu próprio sonho.


- A chegada ----------------------------------------------

Os tubos rebentaram, tudo se mexeu, levantou-se repentinamente, inspirando oxigénio, como estivesse debaixo de àgua, à muito tempo. Rostos indecisos, não sabiam se haviam de chorar ou rir, abraçaram-no com saudades.

FIM ?

terça-feira, setembro 23
O apartamento.
6 horas da manhã:

Os leds vermelhos tremiam suavemente e o quarto ganhava um pequeno tom avermelhado, que lutava com a luz do planeta em fogo. Uma inspiração aterradora, um expirar violento, foi o som que encheu o quarto. Adicionado mais um minuto às 6 da manhã , o som dos lençóis acordam, o raspar do tecido sugeria algo de anormal, por baixo deles, um movimento irracional procurava uma posição onde descobrisse focos de calor, deixados por um braço ou por uma perna sua. Era tudo natural, irreflectido.
O copo com água, já recebia reflexos vindos da luz proveniente do exterior, mostrando as partículas de pó características do silêncio da noite, que se deixaram cair.
Voltou-se mais uma vez. Procurou o calor natural que deixara nos lençóis, mas subitamente este já tinha começado a desvanecer, deixando o corpo a pensar, no que fazia ali, já sem vontade do conforto. Levantou-se. Calçou os chinelos, perdeu textura da alcatifa que tocava nos seus pés.
Deixou-se ficar. Passou cinco minutos a olhar para o infinito, como se ainda estivesse a dormir, de olhos bem abertos, mais do que o normal. Coçou a cabeça, não com vontade mas com o hábito e a necessidade de pôr a sua consciência a funcionar. Vestiu-se, foi para o trabalho. Voltou.

O despertador tocou. Novamente seis da manhã. Os leds vermelhos tremiam sem vida e o quarto não tinha um tom avermelhado. Chovia. O cinzento era rainha no quarto. A criatura tossiu inesperadamente, deixando-se descair de novo, depois de contrair os músculos doridos da diferença de temperatura. Ao seu lado, estava alguém. Um homem. Tocou-lhe nos cabelos húmidos de transpiração, destapou-lhe o ombro e viu a sua pele que combatia com a escuridão cinzenta do quarto. Num gesto de protecção, tapou-lhe o ombro que desnudara, para sua própria contemplação. Voltou para a posição inicial de quem sai de uma cama, calçou os chinelos, removeu o guardanapo e bebeu a água imaculada de impurezas.
Afastou o cabelo negro e comprido e levantou-se confiante numa vida diferente. O seu trajecto pela casa foi modificado pela necessidade de um banho quente e relaxante.Não tinha pressas, sobretudo hoje.
O som da intempérie, juntava-se ao som do liquido precioso que enchia a banheira. Despiu-se lentamente, acompanhando a velocidade com que a banheira se enchia e entrou, deixando a sua pele habituar-se ao excesso de temperatura que a água lhe oferecia. A humidade, a sensualidade de um corpo na água, os cabelos meios secos, meios molhados, tornavam o ambiente erótico e sedutor.
Os reflexos do azulejos, foram deturpados, pela entrada do homem, semi-nu,silencioso. Fora um verdadeiro predador, analisava o terreno, tocando, descalço na mármore fria. O seu desejo intenso, mergulhar no pequeno rio, onde alguém já estava à sua espera. Despiu-se completamente e entrou.

Repetidamente seis da manhã. Não havia leds vermelhos, nem chuva, apenas os lençóis já arrefecidos depois de muitas horas ao abandono. Apenas o ruído de uma rádio, que não sintonizava nada e emitia interferências electricas. A janela aberta puxava do exterior, o frenesim de uma cidade em movimento. O apartamento silencioso foi violado pelo toque do telefone, que emergiu do nada. Foi para o atendedor de mensagens. A voz do homem, foi reproduzida por uma série de circuitos e fios.
- Eu sei que estás aí - o tom da sua voz era de afirmação.
- Foi um erro. Pensei que estava a fazer bem e afinal só estava a ter pensamentos que me punham indefeso e sem forças. - Curiosamente, os sons da cidade ficaram mais suaves, como se esperassem ouvir o que se iria dizer, imprevisivelmente.
- Lembras-te quando eu me deitava no teu colo, a ouvir o som do mundo e chorava compulsivamente? Chorava porque não acreditava. Mas agora acredito. Estás aí ? Atende... Entende-me... - as suas palavras iam-se perdendo pela casa, a voz sintética reverberava pelas paredes amareladas. A porta da casa-de-banho entre-aberta , mostrava algo subitamente quieto.
Era ela. Cabelos pretos confusos, água avermelhada e um pulso inocente, aberto pelo sofrimento de uma vida que não lhe dera nada em troca.

Seis da manhã. Não havia nada.

.::movimentos-mentais-experimentais::.

CLICKS

ThrewTheWindow
Bactéria Blog
A Mulher Que Mordeu a Serpente

EscritaComLuz
A Minha Galeria

ARCHIVES
setembro 2003 / outubro 2003 / julho 2005 /


Powered by Blogger